Diferenças e preconceitos

Como as coisas difíceis da vida
Parecem fáceis aos olhos de uma criança,
Que encantada tece os comentários
Com detalhes da sua lembrança...

Ao descrever uma nova colega de classe,
Aninha disse que a menina é cega por natureza
Que é um encanto de menina, que é feliz e sorridente
Nasceu assim! Conta com muita destreza.

A professora explicou que ela enxerga de uma forma diferente
Que precisa tocar com as mãos para perceber as formas...
Que a escrita e a leitura é possível,
Por meio de um sistema chamado “Braille”

Aninha foi descrevendo as brincadeiras,
As descobertas no cotidiano escolar
Seus olhinhos brilhavam ao descrever as façanhas
E  a menina ria de se engasgar...


A amiga cega se sentia feliz
Acariciava-lhes a face e percorria-lhes o corpo com as mãozinhas
Vagarosas ora ligeiras logo a gritar!
Rostinho redondo, carinha de lua cheia! Agora pode me largar?


Brincava quando descrevia o nariz, os pés e os cabelos...
Os cheiros, as formas e os sabores...
As sensações, frio, calor, vento, medo e alegria...
As cantigas, as histórias contadas e sobre certos rumores...

Elas se divertiam com as sensações e com os experimentos
Mas sem o preconceito e sem a discriminação
Sem a diferença
Apenas a aceitação e a diversão!

Cada “SER é ÚNICO” e deve ser respeitado!
Aprendemos uma grande lição
O que nunca devemos ter
E a cegueira no coração!

                                                                       Ana Lúcia Gouvêa da Silva


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