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Mostrando postagens de junho, 2016

Tango

À meia luz, melancolia. Sensualidade a derramar-se em nostalgia. Espetáculo íntimo. Intimida-a-dor... Os pés sobre o quadro de tela a firmar contornos abstratos, típicos d´ alma de artista e triste como o lamurio de um  jovem poeta... O suave toque sobre um chão invisível e o caminhar ritmicamente improvisado tão comum às pegadas amadoras, que acreditavam não estar à altura da milonga Purpura ilusão de almas entrelaçadas! Olhos que se fitam no diálogo de corpos silenciosos, que se tocam em linhas curvas Dramaturga intenção a dança descortina. Revela-se como uma história de amor e ódio. Passos firmes do homem sobres suntuosas  formas femininas, submissas à paixão cristalina. Assim é o tango para quem dança e para quem admira; enfeitiçado pelo clima da provocação, (e)levado pela magia a (a)rriscar-se pelo salão.... Autores: Ana Lúcia Gouvê

Inverno

O verde ficou pálido A paisagem tremeu e se encolheu O mundo emudeceu As pessoas se encapuzaram Os pássaros emudeceram O panorama modificou Há fumaça nas chaminés Nos escapamentos dos carros, Na respiração... No vapor das janelas, Nos vidros embasados... Mãos e pés congelados! Passos apressados Espirros, tosses e pigarros, E a frase que se ouve: -Está frio! Frio! Que frio! É o inverno chegando de mansinho E deixando-se ficar em todos os cantinhos Mudando o ritual de nosso cotidiano Escurece mais cedo As pessoas se reúnem em suas casas Em volta da lareira e ou do fogão Envolto em cobertores,  Comendo pipoca e assistindo televisão, A cama quentinha virou a sensação! Difícil mesmo é tomar banho Sair da cama cedo Vestir a roupa fria Pegar transporte lotado Sentir medo da gripe que assola E das doenças da estação... É assim a natureza Com toda a sua sabedoria In

Apaixonado

Me sinto enfraquecido, Meu peito parece explodir Minha respiração fica ofegan te Meu olhar distante Minha concentração se perdeu Me pego parado A sorrir sem motivo Rodopio e danço fico alucinado... Aprecio as vitrines e observo coisas que antes eu não via... Aconteceu o que eu temia! Sinto seu cheiro, sua presença... Estou contaminado pelo vírus do seu beijo Pelo toque de seus dedos Emaranhando meus cabelos, Minha respiração acelera E as minhas mãos transpiram... Mas tudo volta ao normal, Quando seus braços circulam os meus E os seus olhos, fitam-me profundo Tudo lá fora desaparece Permanecendo apenas você e eu no mundo!

Dia dos Namorados

Comunhão de olhares, de pensamentos e ideais Partes de uma mesma engrenagem Que se juntam, se moldam, se completam Complementam e somam. Que nascem de diferentes vertentes E trazem outros valores e outras culturas Mas assim como as águas dos rios, se encontram e se fundem Mudando a correnteza, A Sábia natureza No silêncio a trabalhar Cada espécie, cada “Ser” É o milagre da vida a realizar, Pra nascer tamanha paixão Nada explica a razão Que se inicia no olhar E faz o coração forte pulsar!               Não se escolhe por beleza                                Nem tão pouco por riqueza Quando o amor é verdadeiro Ele vibra por inteiro... Sacode! Embala, encanta Te faz pleno e cheio de esperança De dois corpos em um Viverem uma eterna aliança!                                                                                         

A Vida

Anoiteceu e se fez outono No cinza da cor eterna A cor quente da paixão Transformou-se na cor fraterna! O fraterno enfraqueceu Foi embora nunca mais voltou O ambiente escureceu E no inverno sombrio se transformou Sem a luz do sol E o brilho das estrelas Tão apagado ficou E o encanto da lua nunca mais despontou, Pra ouvir minhas lamúrias E o segredo mais profundo De, que, carrego no peito O desencanto do mundo! É preciso coragem Determinação e certeza De quando chegar a hora Colocar as cartas na mesa! A vida segue seu destino Cada um carregará a sua cruz Em caminhos diferentes Em uma estrada feita de luz! Sigo em paz Cheio de agradecimento Pela vida , pela viagem Pelos frutos que nasceram do nosso amor!