Tango
À meia luz, melancolia. Sensualidade a derramar-se em nostalgia. Espetáculo íntimo. Intimida-a-dor... Os pés sobre o quadro de tela a firmar contornos abstratos, típicos d´ alma de artista e triste como o lamurio de um jovem poeta... O suave toque sobre um chão invisível e o caminhar ritmicamente improvisado tão comum às pegadas amadoras, que acreditavam não estar à altura da milonga Purpura ilusão de almas entrelaçadas! Olhos que se fitam no diálogo de corpos silenciosos, que se tocam em linhas curvas Dramaturga intenção a dança descortina. Revela-se como uma história de amor e ódio. Passos firmes do homem sobres suntuosas formas femininas, submissas à paixão cristalina. Assim é o tango para quem dança e para quem admira; enfeitiçado pelo clima da provocação, (e)levado pela magia a (a)rriscar-se pelo salão.... Autores: Ana Lúcia Gouvê